Tudo o que é bom,
sempre, depende de um determinado ponto de vista. Dito isto, na comunicação
escrita podemos aplicar esta mesma premissa. A quantidade de informação
suficiente para mim, pode não ser suficiente para outrem. Para atender esta
premissa o princípio básico da comunicação precisa ser respeitado independente
de ponto de vista. A mensagem deve ser escrita de forma que o receptor
compreenda o que se tenta comunicar.
Ex.: Nossa língua tem
estas peculiaridades. Deixando esta frase solta, gera uma dúbia interpretação
se não for corretamente contextualizada. Poderá ser entendida como um órgão do
corpo humano ou como a língua portuguesa. Ambas são utilizadas na comunicação.
Profissionalmente,
onde criamos uma necessidade de nos comunicarmos “rapidamente” por textos, para
que essa rapidez seja eficiente, é necessário clareza, objetividade e
contextualização. Ou a rapidez necessária tornar-se-á morosa em função da falta
destas propriedades, por assim dizer, da mensagem.
É necessário entender
que mensagens de texto, em sua natureza primária, não possuem: entonação,
emoção, ênfase, ou quaisquer nuances que conseguimos aplicar a mensagem
utilizando nossa voz como meio. É preciso atenção especial à gramática da
codificação, para que consigamos transpor estas características para a escrita.
Um dos fatores de
interferência na comunicação escrita é a emoção imputada à mensagem, tanto de
quem escreve quanto de quem lê, mas será tema para um outro texto.
Considero três pontos
importantes para a comunicação escrita são eles: o objetivo, a contextualização
e a clareza. Formamos uma ideia em nossa mente e ao transpormos apressadamente
o pensamento para a escrita oferecemos ao receptor apenas parte desta ideia. Esperamos
que este entenda da mesma forma como mentalizamos, ou apresentamos uma
quantidade de informações excessivas sem objetividade. Algumas vezes a
objetividade torna a mensagem ambígua, necessitando o envio de uma nova
mensagem ao emissor inicial solicitando detalhamento do assunto. A clareza pode
parecer subjetiva, mas não será. Ela aparecerá quando trabalharmos as mensagens
para que sejam objetivas e contextualizadas. Resumidamente entendo estas
características da seguinte maneira:
- Objetividade:
O que o emissor quer, de forma simples e direta.
- Contextualização:
Como o emissor quer, situando o receptor acerca dos passos para atingir o
objetivo. Enriquecendo o texto com informações importantes e pertinentes
relacionados ao objetivo.
- Clareza:
O texto estar refletindo o que o emissor idealizou. Com a quantidade de
detalhes necessários e relevantes, porém sem informações desnecessárias.
Exemplo de uma
solicitação em duas visões:
Obs.1: Neste momento
não considerarei pronomes de tratamento e as formas polidas de nos
comunicarmos. Estou focando apenas no conteúdo.
Solicitação de
criação de uma pasta para o suporte técnico:
Ineficiente:
msg1: Usuário -
Preciso que a pasta arquivos seja criada.
msg2: Suporte - Onde
você precisa que seja criada?
msg3: Usuário - No
servidor.
msg4: Suporte - Qual
servidor e qual o path para criar a pasta:
msg5: Usuário - No
servidor de arquivos, local \\fileserver\compartilhamentos\
msg6: Suporte - A
pasta arquivos foi criada conforme solicitado.
Eficiente:
msg1: Usuário -
Preciso que seja criada uma pasta de nome arquivos no diretório
compartilhamentos do servidor de arquivos.
msg2: Suporte - A
pasta foi criada conforme o solicitado.
Obs.2: pasta ==
diretório
Além do número
inferior de mensagens trocadas, o tempo de resposta entre a solicitação e o de
solução foram menores.
Podemos pensar que o
emissor pode não ser técnico neste caso. Então partiremos do princípio que o
emissor não tem o conhecimento necessário para realizar a atividade. Sendo
assim o primeiro contato deve conter uma solicitação das informações
necessárias para a criação da pasta. Neste ponto em diante entrará a maturidade
de comunicação e processos dentro da empresa. Pois na primeira mensagem,
modelada seguindo processos de qualidade partirá da premissa de melhoria
continua.
Invista algum tempo
na elaboração das mensagens antes de enviá-las. Tentar prever os
questionamentos do receptor sobre o assunto, pode ajudar a complementar a
mensagem. Estes instantes de reflexão sobre o que está escrito refletir o que
pensamos, tornarão a experiência de se comunicar através da escrita, saudável e
com a satisfação de atingir objetivos.
Minha
percepção da quantidade de mensagens trocadas, o tempo dispensado em cada uma
delas e o total de tempo perdido desde a primeira até a conclusão da questão,
para no final das contas identificar que com alguns ajustes na primeira
mensagem tornariam a comunicação mais eficiente e a atividade concluída
brevemente, foi o que me motivou a escrever. Esse texto pode parecer óbvio para
algumas pessoas, mas para muitas pessoas não é, elas podem não saber, ou terem
dificuldades de se comunicar de forma eficiente pela escrita.
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